quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Excelente época para ensinar as crianças

Nesta época do ano, pais estão às voltas com a aquisição de material escolar. Os filhos sempre os acompanham nesta jornada e muitas vezes perdemos a oportunidade de ensiná-los como tratar o dinheiro. O impulso consumista pode ser identificado desde a infância e os produtos oferecidos nas papelarias atraem as crianças, afinal, existe a borracha da Barby, o lápis do SuperMan, o caderno deste ou daquele personagem. Logicamente, o licenciamento destas marcas custam caro e são repassados aos preços dos produtos e conter o desejo das crianças torna-se um desafio aos pais.

Segundo Marília Cardoso, uma das autoras do livro “Você sabe lidar com o seu dinheiro? Da infância à velhice”, “Os pais têm a missão de mostrar que o dinheiro não cai do céu nem brota em árvores, lição que resolve dois problemas de uma única vez: primeiro porque justifica as saídas diárias para o trabalho, segundo, forma cidadãos conscientes do seu consumo”. Neste sentido, os pais devem aproveitar a ocasião para ensinar limites e a diferença entre necessitar e desejar. A pergunta que deve ser feita é sempre a mesma: será que eu realmente preciso daquilo que estou desejando?

A autora passa algumas dicas importantes para serem repassadas às crianças:
  • Reforce que as moedas e cédulas precisam ser bem conservadas porque, quando danificadas, o governo gasta o nosso dinheiro para repô-las;
  • Mostre que algumas moedas e cédulas valem mais que outras, mas que todas têm valor;
  • Na compra do material escolar, procure distinguir coisas caras das baratas e mostre a diferença do querer e precisar;
  • Ensine a fazer escolhas. Quando a criança quiser dois itens, faça-a escolher apenas um para que aprenda a eleger as suas prioridades;
  • Peça a colaboração dos tios e avós na educação financeira, pois eles podem colocar tudo a perder se derem presentes e dinheiro o tempo todo.
Lembre-se que é nos primeiros passos que passamos ensinamentos para toda a vida.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Bancos já possuem a ferramenta API

API é a sigla de Análise do Perfil do Investidor. É uma ferramenta que os bancos já possuem desde o início deste mês de janeiro para auxiliar o cliente das instituições bancárias a escolher qual é a modalidade de investimento mais adequada ao seu perfil. Investidores que estão iniciando seus investimentos em fundos de ação, multimercados ou de crédito privado estão sendo submetidos ao processo.

Segundo publicado hoje por Tabata Pitol Peres do InfoMoney, as instituições financeiras deverão aplicar um questionário que atenda às seguintes etapas:
  1. Coleta de informações que permita a identificação da situação financeira do investidor, sua experiência em matéria de investimentos e seus objetivos;
  2. Definição de um perfil de investimento para cada cliente;
  3. E a verificação da adequação dos objetivos dos clientes a carteira por eles pretendidas.

Assim, se vai fazer algum investimento, procure o gerente da sua conta e peça o questionário para fazer sua avaliação. Discuta com ele o resultado, pois se desejar fazer uma aplicação diferente da recomentada pela análise, terá que assinar um termo de responsabilidade.

domingo, 17 de janeiro de 2010

FGTS: Dinheiro do trabalhador?

Navegando pela Internet acabei me deparando com um texto sobre o FGTS de autoria de Klauber Cristofen Pires, com o título "O FGTS é um empréstimo Compulsório!" (se desejar ler todo o texto acesse http://libertatumarquivos.blogspot.com/2009/08/o-fgts-e-um-emprestimo-compulsorio.html). Nele o autor deseja comentar a perda do valor depositado em relação à Caderneta de Poupança, já que a rentabilidade anual do FGTS é de apenas 3% ao ano, enquando a Caderneta de Poupança é de 6% ao ano.

Até aí nada de novo e há realmente uma grande perda para o trabalhador, pois além da baixa taxa de juros, a TR (Taxa Referencial) anda decepcionando quanto à atualização monetária que ela deveria proporcionar para manter o valor depositado em relação à inflação. O problema é a forma com que o autor acima entende o FGTS. Ele considera o fundo como um empréstimo do trabalhador ao governo porque tem uma rentabilidade muita baixa em relação à poupança.

Também levanta um ponto que não posso concordar quando diz que o empregador, responsável pelo depósito do FGTS, desconta o valor depositado do salário do empregado. Ele menciona que "Esta é uma das mentiras mais bem solidificadas no imaginário nacional. Ora, desde quando um empregado é admitido, o empregador já conhece de antemão todos os custos que ele irá acarretar, e todos estes custos são, para o empregador, o salário do empregado, quer ele receba na mão...ou não." Menciona, neste ponto, as empresas de serviços terceirizados que incluem em sua planilha de custos o FGTS, mas como elas não entregam o valor na mão do trabalhador e depositam na conta do FGTS, estão descontando o valor que deveria ser pago ao empregado.

Realmente nas planilhas de custo destas empresas consta o FGTS como um dos itens de custo, assim como todos os outros encargos sociais decorrentes da contratação do empregador, tais como INSS, Férias, 13º salário, aviso prévio e tantos outros encargos impostos pela legislação às empresas neste país. O que o Sr. Klauber se esquece é a finalidade do FGTS, definida pela lei 8.036/1990. Como o próprio nome diz, FGTS é a sigla de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Uma das formas para sacar o saldo depositado é quando o trabalhador é demitido sem justa causa e, justamente nesta hora que o FGTS faz jus ao nome e à finalidade. Garantir algum recurso ao trabalhador para que ele consiga suprir suas necessidades enquanto perdurar sua situação de desemprego. Quanto mais tempo de trabalho, maior é o saldo, justamente porque ao ser mais velho e, muitas vezes, por ter ficado muito tempo em uma só empresa, há uma certa dificuldade em recolocação no mercado, já que a experiência deste trabalhador está limitada a poucas empresas.

Além disso, outras possibilidades de saque dão certa garantia ao trabalhador quando ele contrai matrimônio, quando está construindo ou adquirindo sua casa própria ou mesmo quando se aposenta. É para isso que serve o FGTS e não para ser entregue nas mãos do trabalhador, como supõe o Sr. Klauber. Se os empregados das empresas recebessem mensalmente o valor do FGTS, certamente incorporariam à sua renda e dificilmente depositariam mensalmente em uma caderneta de poupança o valor correspondente a 8% da sua remuneração. A garantia do trabalhador que os legisladores esperavam quando votaram a lei cairia por terra. Basta ver a quantidade de gente endividada que se acumulam nas financeiras, bancos e agiotas neste país.

Deixando de lado a questão levantada pelo Sr. Klauber se é empréstimo ou se o valor é descontado do empregado, cabe levantar a questão da rentabilidade do FGTS. Como a TR é calculada a partir da média da correção dos CDBs (Certificados e Depósitos Bancários), que são influenciados pela taxa básica de juro, a Selic, que está em queda, a remuneração do capital depositado é muito pequena e não acompanha o poder aquisitivo da moeda. Para isso, qualquer oportunidade para sacar ou utilizar o FGTS deve ser avaliada.

Alguns exemplos: sacar o FGTS para casamento ou construção/aquisição da casa própria, mesmo que não haja necessidade de utilizar o recurso depositado, deve ser considerada, pois depositando o valor sacado na Caderneta de Poupança (investimento com risco semelhante) já é negócio. Se o investidor desejar assumir riscos maiores, pode depositar em um fundo de renda fixa ou até mesmo renda variável. Há um tempo atrás o governo abriu a oportunidade para utilizar parte do valor do FGTS para aplicar em ações da Petrobrás e da Vale. Se o governo abrir nova oportunidade como esta, deve ser avaliada, pois a tendência da Bolsa de Valores é sempre de crescimento quando se trata de investimento a longo prazo.

Para finalizar, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) apresentou o projeto de Lei 193/08, que já foi aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos e está em análise na Comissão de Assuntos Sociais, que propõe a troca da TR pelo IPCA para correção monetária do FGTS. Em 2009 o rendimento do FGTS foi de apenas 3,9%. Ficou abaixo da inflação além de ser o menor em 16 anos.

Se desejar uma rentabilidade maior para seu dinheiro para que o valor depositado seja realmente uma garantia quando houver necessidade, mande uma mensagem aos senadores do seu estado e peça para aprovar o projeto de lei. Estado democrático é isso: o povo dizendo aos seus representantes o que deseja que eles aprovem.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Alcool ou Gasolina?

Ultimamente a imprensa está insistindo muito nesta questão em função do preço do alcool em relação à gasolina, já que seu consumo por quilometro é maior. A questão, para quem tem carro com motor flex é sempre aquela: qual é o mais barato? Alcool ou gasolina?

Para quem é ambientalista e mais preocupado com a questão de sustentabilidade, poluição, etc, não há o que questionar. O alcool nos motores é menos poluente e se consome um tipo de energia renovável, pois deriva da cana-de-açucar.

Não sou especialista em meio ambiente nem engenheiro de automóveis. Tento ajudar na questão do custo. Se o seu caso é buscar a forma mais barata de andar de carro vou tentar ajudá-lo com uma conta muito simples.
Os técnicos dizem que o alcool, embora com um desempenho pouco maior do motor do carro, consome 30% a mais que a gasolina. Assim, a imprensa andou ensinando fazer a conta para ver qual a alternativa mais barata, dividindo-se o preço do alcool pelo preço da gasolina. Se este valor for inferior a 0,7, vale a pena abastecer com alcool. Se for maior, melhor utilizar gasolina no motor do seu carro. Vamos pegar o exemplo de um posto em Florianópolis (SC) que vende a gasolina comum ao preço de R$ 2,698 e o alcool a R$ 2,198. Neste caso, se efetuarmos o cálculo acima teremos 0,81 como resultado. Isto significa que o preço do alcool está 81% do preço da gasolina e, para ser vantajoso, deveria estar com menos de 70%.

Este cálculo simples leva em consideração que o alcool tem um consumo de 30% maior que o da gasolina. Contudo, penso que, para se ter uma idéia melhor do que vale a pena no seu caso, a conta deve ser feita de forma diferente. Como disse, não sou engenheiro e especialista em motores de automóveis. Vejo o lado financeiro apenas. Para isso, a conta que devemos chegar é quanto custa cada quilometro rodado com alcool ou gasolina. Isto porque os carros tem consumo, motor, desempenho, motorista (com pé mais ou menos pesado) diferentes e certamente a regra geral pode servir para uma base, mas não para ter o valor exato do custo nas condições específicas de cada um. Saber quanto custa rodar cada quilometro com meu carro utilizando alcool ou gasolina é a forma correta de verificar qual é o mais barato.

Para isso, você deve encher o tanque do seu carro (com alcool ou gasolina) e anotar a quilometragem atual e o preço do litro do combustível abastecido. Quando for encher o tanque novamente deve verificar a quantidade de litros utilizada e quilometragem que você andou desde a última vez que abasteceu. Para saber quanto custou andar um quilometro com este combustível, multiplique a quantidade de litros utilizada pelo preço unitário que abasteceu anteriormente e divida este valor pela quantidade de quilometros percorrida. Você saberá quanto custou rodar um quilometro com este combustível. É importante aqui fazer a multiplicação dos litros de combustível comsumido pelo preço que abasteceu na última vez e não pelo que esta pagando desta vez. Afinal, o combustivel consumido custou o valor anterior e não o atual.

Vamos exemplificar utilizando os preços de Florianópolis: você abasteceu seu carro com alcool e anotou que tinha 59.497 km no odômetro do carro e que o preço pago foi de R$ 2,198. Na próxima vez que abasteceu anotou que seu carro estava com 59.736 km e que utilizou 34,37 litros. Podemos ver que entre as duas vezes que foi ao posto, o carro rodou 239 km (59.736-59.497) e que o valor de custo deste consumo foi de R$ 75,55 (34,37l x R$ 2,198).

Se utilizarmos a metodologia de cálculo proposta temos que o custo do quilometro rodado é de R$ 0,31.

Supondo que a próxima abastecida foi com gasolina. Desta vez a quilometragem do carro estava com 60.138 km e foram colocados no tanque 40,812 litros de gasolina. Temos que foram rodados 402 Km (60.138-59.736) e que foram gastos R$ 110,11 (40,812 litros x R$ 2,698). Assim vemos que o custo por rodar com gasolina é de R$ 0,27.

É interessante fazer isso mais de uma vez com o mesmo combustível, pois os preços variam de posto a posto, as condições de utilização, trânsito, quantidade de combustivel abastecida, etc. podem variar. Fazendo esta conta uma três vezes seguidas com um combustível e outras três com o outro, teremos uma boa média para saber quanto custa rodar com cada combustível e saber qual deles é realmente o mais barato.

Aproveite seu final de semana!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Cartão de Débito pode (e deve) ser usado pelos turistas no exterior


O cartão de débito da sua conta bancária aqui no Brasil é uma boa alternativa para não levar muito dinheiro nas viagens de turismo ao exterior. Antes da viagem sempre fica aquela dúvida: quanto devo levar de dinheiro? Esta dúvida surge porque muitas vezes não temos noção de quanto vamos necessitar de recursos, já que quase sempre não temos noção dos preços praticados no(s) país(es) que vamos visitar, principalmente de alimentação, ingressos para museus, parques e outras atrações. Se levarmos pouco dinheiro corremos o risco de faltar durante a viagem e se levamos muito, no retorno temos que vender a moeda e acabar com uma perda entre a diferença da taxa de câmbio entre a compra e a venda.

Na verdade, o cartão de débito dos bancos é aceito no exterior desde que o cartão do seu banco seja internacional. Você pode identificar isso facilmente, verificando se no verso tem o logotipo da "Cirrus" ou "Maestro" que são aceitos em diversas lojas, restaurantes e até mesmo para saque em caixa eletrônico.

Esta facilidade não só nos ajuda a decidir sobre a quantia a levar, já que minimiza a preocupação relacionada ao risco de ficar sem dinheiro, como também minimiza o risco de roubo e perda de dinheiro em espécie, pois, em caso de extravio, basta efetuar o bloqueio junto ao banco. Mais que isso, com o cartão de débito não há preocupação quanto ao câmbio, pois ele debita direto o valor em reais na sua conta corrente à taxa do dia da operação. Para isso, basta informar o seu banco a data da viagem e os países que vai visitar e utilizar normalmente nos estabelecimentos comerciais e caixas eletrônicos, com a mesma senha que utiliza aqui no Brasil.

O cartão de crédito também pode ser utilizado no exterior, desde que ele seja internacional, e também necessita informar o banco da sua utilização fora do país. A diferença é que podem aparecer algumas tarifas de câmbio e a taxa aplicada será a do vencimento da fatura e não da data efetiva da compra.

Boa viagem e aproveite suas férias!