segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Prometo que não toco mais neste assunto

Agora o negócio nem é mais planejamento. É o resultado do que acontece neste nosso (des)governo. Não é o propósito deste blog falar mal do governo, mas não me aguentei.

Usei uma trapalhada do governo para exemplificar a questão do planejamento ao contrário da improvisação. Contudo, parece que a coisa não funciona mesmo. Vejam a última:

No dia 16/10/2009, às 16h24 a Folha Online publica a seguinte notícia:


Lula nega que governo estude voltar taxação sobre entrada de
dólares

da Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Siva negou nesta sexta-feira (16) que o governo estude retomar a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) na entrada de dólares no país.
"Essas coisas de economia a gente não pode falar. Estou aqui há três dias viajando, não tem nenhuma previsão de a gente fazer qualquer taxação", disse em entrevista a jornalistas em Cabrobó, Pernambuco.
Nos últimos dias havia rumores de que a medida seria tomada pelo governo em função da contínua desvalorização do dólar ante o real. Lula disse que é muito "cuidadoso" com informações na área econômica. "Quando sai uma notícia errada na área econômica quem sofre é o povo brasileiro", afirmou.


Isso que nosso presidente, Sr. Luiz da Silva, é cuidadoso ao dar as notícias. Contudo, ao que parece, não é ele que manda no (des)governo e hoje (19/10/2009) a mesma Folha Online estampa a seguinte informação, às 18h29:


Entrada de capital estrangeiro terá taxa de 2% de IOF

TATIANA RESENDEda Folha Online

O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou nesta segunda-feira que a entrada de capital estrangeiro será taxada em 2% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) a partir de amanhã. A taxação vale para aplicação de renda fixa e na Bolsa de Valores.
A decisão ocorre apenas três dias após o presidente Lula negar a criação de taxas sobre o capital estrangeiro.


Não quero ser repetitivo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Quem conhece o que é planejamento não paga mico


Não vou repetir aqui a importância do planejamento, pois tudo que penso está escrito logo abaixo. O que desejo aqui é pegar novamente o exemplo do nosso (des)governo na questão da restituição do imposto de renda aos assalariados.

Se os nossos governantes usassem mais a cabeça para pensar, analisar, avaliar as decisões antes de divulgá-las, poderíamos ter um pouco mais de confiança nas suas decisões. O exemplo da devolução do IR é importante para vermos como é importante planejar as nossas decisões.

Pelo visto, me sinto dentro de um barco me levando a favor do vento e da maré. Sem direção. Apenas seguindo a pressão de quem grita mais alto. Tenho mais um belo exemplo para minhas aulas de planejamento financeiro.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

"Sem caixa, governo segura restituições do IR deste ano"

O título acima é a manchete da Folha Online de hoje e reflete um tema que tenho insistido em sala de aula com os alunos: a importância de planejamento. O texto na Folha On Line, logo abaixo do título diz: "Medida, autorizada pelo Ministério da Fazenda, serve para compensar parte da queda de arrecadação de tributos neste ano, informa reportagem da Folha".

Compensar a queda na arrecadação às custas do contribuinte? E mais, daquele contribuinte que paga imposto adiantado e que espera que o governo lhe devolva a parte indevida que o governo arrecadou adiantado.

É bom lembrar que a maioria dos que pagam imposto de renda são os assalariados que tem o imposto descontado dos seus vencimentos. Estou falando daquele que está trabalhando dentro da economia formal e que não tem como escapar disso. Este é o que está sendo penalizado pela falta de planejamento do nosso governo.

Vamos falar um pouco de planejamento. Planejar é decidir com antecedência o que queremos que aconteça no futuro. Isso não quer dizer que teremos controle do que vai acontecer no futuro, nem que bola de cristal funciona. O futuro pertence a Deus e Ele sabe o que vai acontecer com nosso destino. Entretanto, podemos visualizar o que queremos, fixar alguns objetivos e perseguir esse futuro através de um planejamento das nossas vidas. Posso planejar o estudo do filho recém nascido e decidir abrir uma poupança hoje para ele; posso decidir que vou comprar uma casa dentro de alguns anos e me preparar para isso desde já, etc.

Sem planejamento somos como um barco lançado ao mar, seguindo para onde o vento soprar. Ele nos leva para todos os lados e pode nos fazer ficar dando voltas e não ir a lugar nenhum. Quando planejamos, lançamos nosso barco ao mar com um destino certo. Mesmo que o vento nos empurre para outra direção, sabemos para onde queremos ir e vamos nos esforçar para corrigir o rumo e retomar nosso objetivo.

O planejamento é fundamental na nossa vida como pessoa (nas finanças e na carreira profissional) e como família. Não menos importante nas empresas. Temos que fazer planos e esperar em Deus (que é Senhor do nosso futuro) que ele se realize. Salomão, com toda sua sabedoria, disse no livro de Provérbios (16:1) que "O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR". Jesus Cristo também nos ensina a importância do planejamento quando, no evangelho de Lucas (14:28-31), diz a seus discípulos: "qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar. Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil?"

Planejar implica tentar ver um futuro óbvio pela frente. Qual o rei que vai para a batalha sabendo que não tem soldados suficientes para combater o inimigo? Tenho que ver as minhas condições, que adversidades e desafios tenho pela frente e medir minhas condições para isso. Não adianta sonhar com um castelo, se não tenho condições para um casebre. Tenho que sonhar, fixar metas, mas dentro da minha realidade.

Voltando ao início deste texto, fica sempre a pergunta: será que o nosso governo não viu o futuro que tinha pela frente, quando, sabendo da crise, não previu que as vendas das empresas cairiam, que o desemprego aumentaria, etc. Mesmo assim, ao reduzir o IPI não viu que a arrecadação cairia? A falta de visão e planejamento do governo está penalizando o assalariado, que paga mais imposto do que deve e que além de ter que esperar a declaração de renda para apurar o valor que lhe foi tomado a mais, ainda fica sem prazo para receber de volta.