quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Para manter as finanças em dia


Não gastar mais do que ganha é sempre a recomendação básica para manter as finanças em dia. Contudo, para muita gente isso não é tão fácil. Hoje em dia, com a oferta de crédito e as facilidades de pagamento que a rede varejista oferece, não é fácil resistir aquele sonho de consumo. Afinal, depois é possível pagar em suaves prestações mensais.

Ocorre que aquela "suave prestação" pode ficar pesada quando acumulamos várias outras "suaves prestações" que, juntas, complicam qualquer bolso. Para isso, há necessidade de alguma disciplina em relação ao consumo e as dicas abaixo são importantes para não ter complicações financeiras:
  1. Não decida por impulso na hora da compra;
  2. Pense e reflita se você realmente necessida daquele produto que deseja;
  3. Pesquise preços. Há grandes diferenças de produtos e preços que atendem às mesmas necessidades;
  4. Saiba aproveitar as liquidações e promoções. Muitas vezes é possível postergar a compra de um produto e aguardar pela promoção;
  5. Usar o cheque especial é muito fácil, mas é uma das formas de financiamento mais caras que existe. Jamais utilize o cheque especial na compra de produtos supérfluos;
  6. O cartão de crédito é uma forma excelente para pagar suas contas. É possível postergar os pagamentos e, além disso, ganhar pontos para trocar por presentes ou pontos em programas de milhagem das companhias aéreas. Contudo, a fatura deve ser paga integralmente no vencimento. As taxas de juros para pagamento parcial ou parcelamento são absurdas;
  7. Compre sempre à vista. Assim você não compromete sua renda futura e aproveita bons descontos.

Siga as dicas acima e seja feliz. Afinal, dinheiro não é tudo na vida e tem muita coisa que traz prazer e felicidade que não custa nada.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Prometo que não toco mais neste assunto

Agora o negócio nem é mais planejamento. É o resultado do que acontece neste nosso (des)governo. Não é o propósito deste blog falar mal do governo, mas não me aguentei.

Usei uma trapalhada do governo para exemplificar a questão do planejamento ao contrário da improvisação. Contudo, parece que a coisa não funciona mesmo. Vejam a última:

No dia 16/10/2009, às 16h24 a Folha Online publica a seguinte notícia:


Lula nega que governo estude voltar taxação sobre entrada de
dólares

da Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Siva negou nesta sexta-feira (16) que o governo estude retomar a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) na entrada de dólares no país.
"Essas coisas de economia a gente não pode falar. Estou aqui há três dias viajando, não tem nenhuma previsão de a gente fazer qualquer taxação", disse em entrevista a jornalistas em Cabrobó, Pernambuco.
Nos últimos dias havia rumores de que a medida seria tomada pelo governo em função da contínua desvalorização do dólar ante o real. Lula disse que é muito "cuidadoso" com informações na área econômica. "Quando sai uma notícia errada na área econômica quem sofre é o povo brasileiro", afirmou.


Isso que nosso presidente, Sr. Luiz da Silva, é cuidadoso ao dar as notícias. Contudo, ao que parece, não é ele que manda no (des)governo e hoje (19/10/2009) a mesma Folha Online estampa a seguinte informação, às 18h29:


Entrada de capital estrangeiro terá taxa de 2% de IOF

TATIANA RESENDEda Folha Online

O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou nesta segunda-feira que a entrada de capital estrangeiro será taxada em 2% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) a partir de amanhã. A taxação vale para aplicação de renda fixa e na Bolsa de Valores.
A decisão ocorre apenas três dias após o presidente Lula negar a criação de taxas sobre o capital estrangeiro.


Não quero ser repetitivo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Quem conhece o que é planejamento não paga mico


Não vou repetir aqui a importância do planejamento, pois tudo que penso está escrito logo abaixo. O que desejo aqui é pegar novamente o exemplo do nosso (des)governo na questão da restituição do imposto de renda aos assalariados.

Se os nossos governantes usassem mais a cabeça para pensar, analisar, avaliar as decisões antes de divulgá-las, poderíamos ter um pouco mais de confiança nas suas decisões. O exemplo da devolução do IR é importante para vermos como é importante planejar as nossas decisões.

Pelo visto, me sinto dentro de um barco me levando a favor do vento e da maré. Sem direção. Apenas seguindo a pressão de quem grita mais alto. Tenho mais um belo exemplo para minhas aulas de planejamento financeiro.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

"Sem caixa, governo segura restituições do IR deste ano"

O título acima é a manchete da Folha Online de hoje e reflete um tema que tenho insistido em sala de aula com os alunos: a importância de planejamento. O texto na Folha On Line, logo abaixo do título diz: "Medida, autorizada pelo Ministério da Fazenda, serve para compensar parte da queda de arrecadação de tributos neste ano, informa reportagem da Folha".

Compensar a queda na arrecadação às custas do contribuinte? E mais, daquele contribuinte que paga imposto adiantado e que espera que o governo lhe devolva a parte indevida que o governo arrecadou adiantado.

É bom lembrar que a maioria dos que pagam imposto de renda são os assalariados que tem o imposto descontado dos seus vencimentos. Estou falando daquele que está trabalhando dentro da economia formal e que não tem como escapar disso. Este é o que está sendo penalizado pela falta de planejamento do nosso governo.

Vamos falar um pouco de planejamento. Planejar é decidir com antecedência o que queremos que aconteça no futuro. Isso não quer dizer que teremos controle do que vai acontecer no futuro, nem que bola de cristal funciona. O futuro pertence a Deus e Ele sabe o que vai acontecer com nosso destino. Entretanto, podemos visualizar o que queremos, fixar alguns objetivos e perseguir esse futuro através de um planejamento das nossas vidas. Posso planejar o estudo do filho recém nascido e decidir abrir uma poupança hoje para ele; posso decidir que vou comprar uma casa dentro de alguns anos e me preparar para isso desde já, etc.

Sem planejamento somos como um barco lançado ao mar, seguindo para onde o vento soprar. Ele nos leva para todos os lados e pode nos fazer ficar dando voltas e não ir a lugar nenhum. Quando planejamos, lançamos nosso barco ao mar com um destino certo. Mesmo que o vento nos empurre para outra direção, sabemos para onde queremos ir e vamos nos esforçar para corrigir o rumo e retomar nosso objetivo.

O planejamento é fundamental na nossa vida como pessoa (nas finanças e na carreira profissional) e como família. Não menos importante nas empresas. Temos que fazer planos e esperar em Deus (que é Senhor do nosso futuro) que ele se realize. Salomão, com toda sua sabedoria, disse no livro de Provérbios (16:1) que "O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR". Jesus Cristo também nos ensina a importância do planejamento quando, no evangelho de Lucas (14:28-31), diz a seus discípulos: "qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar. Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil?"

Planejar implica tentar ver um futuro óbvio pela frente. Qual o rei que vai para a batalha sabendo que não tem soldados suficientes para combater o inimigo? Tenho que ver as minhas condições, que adversidades e desafios tenho pela frente e medir minhas condições para isso. Não adianta sonhar com um castelo, se não tenho condições para um casebre. Tenho que sonhar, fixar metas, mas dentro da minha realidade.

Voltando ao início deste texto, fica sempre a pergunta: será que o nosso governo não viu o futuro que tinha pela frente, quando, sabendo da crise, não previu que as vendas das empresas cairiam, que o desemprego aumentaria, etc. Mesmo assim, ao reduzir o IPI não viu que a arrecadação cairia? A falta de visão e planejamento do governo está penalizando o assalariado, que paga mais imposto do que deve e que além de ter que esperar a declaração de renda para apurar o valor que lhe foi tomado a mais, ainda fica sem prazo para receber de volta.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Educação Financeira

Neste domingo tive uma experiência inédita. Há um tempo atrás me ofereci para falar sobre finanças a um grupo de crianças na Igreja Presbiteriana de Florianópolis. Inicialmente, falar de finanças me parecia uma tarefa tranquila, ainda mais para crianças. Seria apenas uma horinha e certamente eu tiraria de letra. Ledo engano!

A medida que a data se aproximava fui ficando cada vez mais apavorado. Me perguntava como fui me oferecer para uma atividade desta. Afinal, falar para crianças merecia uma metodologia totalmente diferente do estou habituado. Não poderia ir à frente da turma e fazer uma palestra ou dar uma aula, como costumo fazer com adultos. Como faria para deixar as crianças atentas e interessados no tema?

Enfim, passei pelo teste, pois ao final do encontro um pai que chegou para buscar seu filho disse que o pessoal deve ter gostado, pois encontrou todos quietinhos me ouvindo. Logicamente fiz uma dinâmica que despertasse o interesse deles pelo assunto.

Pensei em falar para as crianças, pois entendo que toda oportunidade é válida para evitar desastres financeiros constantes na vida de muita gente adulta. A falta da educação financeira na infância é um dos motivos que levam as pessoas a se endividarem.

Bom, gostaria de resumir um pouco o que tentei passar àquelas crianças:
  1. Em primeiro lugar devemos planejar nossos gastos. Não se pode gastar mais do que se ganha e, independente do valor, deve-se organizar a vida financeira de maneira que não falte no final do mês. A dica aqui é fazer sempre a seguinte pergunta quando se quer efetuar algum gasto: "eu realmente preciso daquilo que eu quero?" Basta pensar em quanto dinheiro já foi gasto (ou jogado no lixo) com coisas que trazemos para casa e nunca utilizamos. Usar a cabeça e pensar um pouco, ajuda a conter o impulso consumista.
  2. Em segundo lugar, temos que ter metas financeiras. Objetivos de consumo futuro nos forçam a poupar no momento. Podemos ter como meta uma viagem, uma casa, um carro novo, uma festa, a educação dos filhos, aposentadoria, etc. A lista pode ser enorme e só conseguiremos concretizar muitos desses objetivos se planejarmos nossos gastos e pouparmos parte da renda. Sobre alternativas de investimento, posso postar algo mais tarde.
  3. Para conseguir alguma poupança, devemos gastar com sabedoria. A propaganda, em geral, nos leva a consumir o que não precisamos. Afinal, a propaganda é feita para isso: vender. Neste sentido, não precisamos comprar tudo que está sendo anunciado. Gastar com sabetodia também significa comparar preços entre os lojistas, negociar com vendedores, procurar descontos e aguardar as promoções. Devemos lembrar que o lojista não pode ficar com seu produto na prateleira. Ele tem que vender e por isso uma boa negociação na venda pode trazer vantagem ao comprador e também ao vendedor, que coloca dinheiro no caixa para repor seus estoques.
  4. Não comprar a prazo é outra dica importante. Existem juros embutidos no preço dos produtos parcelados e geralmente as taxas são elevadas. O melhor que se deve fazer é poupar e comprar a vista, aproveitando descontos e pagando menos.
  5. Finalmente, pude falar às crianças a respeito da ética quando se trata de dinheiro e, consequentemente, o respeito com as pessoas quando se assume algum compromisso financeiro. É uma questão importante de educação que normalmente vem de berço, mas que vem se deturpando nos dias de hoje. O que é meu é meu e devo brigar por isso. Contudo, aquilo que é de outro devo devolver.

As dicas não servem apenas para crianças, mas para qualquer um que liga com dinheiro. Só espero que a semente plantada na cabecinha daquelas crianças possa germinar e que de frutos no futuro.

Um abraço.

domingo, 23 de agosto de 2009

Caderneta de Poupança


Faz tempo que não posto nada por aqui. O tempo anda curto. Mas tenho sido questionado a respeito das mudanças que devem acontecer na Caderneta de Poupança e o que fazer com os investimentos.

Como sempre, nosso presidente, Sr. Luiz da Silva, se precipitou quando anunciou as alterações na Caderneta de Poupança. Logo no primeiro mês houve um crescimento negativo, mas já se recuperou e passou a ser a melhor alternativa para quem tem poucos recursos para um prazo curto e que tem aversão ao risco.

Ocorre que a forma mais popular e mais tradicional de investimento no Brasil tem que mudar, já que à medida que a taxa de juros vai baixando para níveis mas adequados as padrões internacionais, não podemos ficar com uma alternativa de investimento que tenha taxa fixa de 6% a.a. mais a TR. Isto, certamente, é um atrativo para esta modalidade de investivento, mas cabe ao governo manter o equilíbrio da poupança nacional e não deixar canalizar toda ela para apenas uma alternativa que, basicamente, aplica seus recursos em crédito imobiliário.

Mantendo a Caderneta de Poupança nos níveis atuais, desestimulará a canalização de recursos para os CDB's, fundos de renda fixa, etc. já que normalmente estão atrelados à SELIC/CDI que vem caindo a cada reunião do COPOM. Daí a necessidade de alteração nas regras básicas, principalmente na taxa de juros.

Cabe lembrar que a Caderneta d Poupança já foi uma grande alternativa de investimento na época da inflação alta e já teve suas quedas em função da rentabilidade fixa que ficou bem menor quando o Governo aumentou a SELIC para combater a alta da inflação. Atualmente estamos vivendo um momento de SELIC baixa o que incentiva o pequeno (e médio também) investidor a manter seus recursos investidos nesta modalidade.

Algumas considerações importantes a respeito da Caderneta de Poupança: em primeiro lugar, deve-se levar em considerção que a rentabilidade da Caderneta de Poupança em 2007 foi de 7,70% a.a. e em 2008 de 7,90% a.a. e que em 2009 já acumulou 4,75%, o que não é tão mal comparado com alguns fundos de investimento destinado a pequenos investidores; em segundo lugar, não tem incidência de Imposto de Renda (para pessoa física e entidades sem fins lucrativos); em terceiro lugar, não tem Taxa de Administração que em alguns bancos chegam a cobrar 5% a.a.; finalmente, o risco é baixíssimo, já quem tem um fundo garantidor do governo para aplicações até R$ 60.000,00.

A dica para pequenos investidores, portanto, é manter seus investimentos na Caderneta de Poupança como alternativa, porém ficar atendo às mudanças que o Governo deverá promover em breve para ver até que ponto ela atinge seu investimento.
Da minha parte vou tentar manter o leitor informado a respeito desta e de outras modalidades de investimento de interesse geral. Boa semana!

domingo, 22 de março de 2009

É tempo de Imposto de Renda



De 2 de março a 30 de abril, os brasileiros, de maneira geral, estão às voltas com o "Leão" para preparar sua Declaração de Ajuste Anual, ou a famosa declaração do Imposto de Renda. Segundo a legislação atual, são obrigados a fazer sua declaração aqueles que no ano de 2008 tiveram as seguintes atividades, entre outras:


  1. recebeu rendimentos tributáveis superiores a R$ 16.473,72;

  2. recebeu rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40.000,00;

  3. participou, em qualquer mês, do quadro societário de sociedade empresária ou simples como sócio ou acionista, ou de cooperativa, ou como titular de empresa individual;

  4. teve a posse ou a propriedade de bens ou direitos, em 31/12/2008, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 80.000,00;

  5. Outras elencadas no site da Receita Federal (http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaFisica/IRPF/2009/Perguntas/ObrigatoriedadeEntrega.htm).

Preparar a declaração não é uma tarefa das mais agradáveis, mas nem por isso é um bicho de sete cabeças. É preciso ter tranquilidade na hora de preparar sua declaração para evitar problemas futuros com o Leão.


Para isso, uma dica importante é levantar toda a documentação de estar de posse de todos os comprovantes de rendimentos e pagamentos, pois eles contém informações importantes para a declaração. Outra dica, é conhecer todos os campos da declaração para evitar preencimento incorreto do formulário, evitando erros de digitação para não incorrer de cair na malha fina mais tarde.


Analisar a variação patrimonial e confrontar se os rendimentos no período são compatíveis é fundamental,. Testar as diversas formas de declaração é importante, pois a comparação entre os modelos simplificado ou completo pode fazer pagar menos imposto (ou ter uma restituição maior), de forma legal, sem sonegação e risco de complicação posterior.


Finalmente, pedir ajuda a um especialista, se for necessário, pois em alguns casos a informação nos campos pode exigir mais conhecimento.


Vale lembrar que não devemos deixar para última hora, pois quanto antes for preenchida, as chances de erro e de atrasar no envio são menores, evitando risco de multa posterior.


Sucesso!